quarta-feira, 16 de maio de 2018

Triste realidade. Vale a pena ler...


ARTIGO DE NEY LOPES NA "TRIBUNA DO NORTE", NATAL, RN: "A FARRA ELEITORAL DE 2018"

Postado às 04h17 | 16 Mai 2018
Artigo  de Ney Lopes publicado hoje, 16, no conceituado jornal "Tribuna do Norte", de Natal, RN .
Não é fácil manter-se otimista, quando as coisas na política nacional vão de mal a pior.
Somente a crença mística na democracia poderá fortalecer a confiança de que os turbulentos momentos atuais possam ser superados pelo eleitor, nas urnas de outubro próximo.
Todavia, para que haja essa reação popular nas urnas, o cidadão terá que estar consciente da existência de certos fatos.
Por exemplo: a nefasta “ditadura partidária”, que precede o pleito.
Tornou-se totalmente impossível, para quem não tenha a “propriedade” de uma sigla partidária, ser candidato e viabilizar legenda, salvo se fizer “o jogo” dos “donos” de partidos, transformando-se em “inocente útil” no aval incondicional dado a “acordos” eleitorais espúrios e suspeitos, colaborar na garantia de mandatos de terceiros nas famosas “nominatas” e manutenção de interesses pré-estabelecidos de quem lhes ofereça a “mão amiga” para disputar.
O autor deste artigo pretendeu candidatar-se ao Senado, em razão da vivência de mais de 20 anos no Congresso Nacional.
Porém, não se submetendo a “ditadura partidária”, a legenda lhe foi negada para a disputa este ano. Essa história será contada em detalhes.
De nada valeram a defesa de propostas, valores éticos, efetivos e reais serviços prestados no passado, ideias, coerência e discurso honesto.
Prevalecem sempre os oligopólios partidários, fazendo com que a política nacional tenha regredido a verdadeiro estágio tribal.
Como se não bastasse, os atuais deputados e senadores aprovaram a legislação que regulará a eleição de 2018, com o único objetivo de reeleger os atuais detentores de mandato, através da manipulação de um “Fundão” composto de recursos públicos, aplicado sem critério e fiscalização rígida.
Em declarações recentes ao “Estadão/Broadcast”, líderes dos dez maiores partidos nacionais, com total despudor, garantiram recursos de até R$ 2 milhões para cada pretendente à reeleição à Câmara Federal, além de anunciarem que o espaço da propaganda eleitoral, que terá período menor de duração, seria priorizado no rádio e TV para uso exclusivo dos caciques partidários e candidatos já conhecidos, a fim de facilitar a preservação dos mandatos atuais.
Os 35 partidos políticos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), até agora “embolsaram” mais de R$ 260 milhões, apenas nos primeiros quatro meses do ano e asseguraram mais de R$ 2 bilhões para “nadar” em dinheiro (público) nas eleições.
Além disso, em verdadeiro farisaísmo, abriu-se a porteira para o candidato poder usar recursos próprios. Instalou-se a desigualdade, na medida em que, por exemplo, um candidato milionário ao senado poderá gastar até R$ 5.6 milhões (afora o “Fundão”) e outros ficam à mingua.
Neste ano, o Palácio do Planalto já esparramou mais de R$ 2 bilhões dos cofres públicos, dando impulso às reeleições dos seus “aliados”.
Tornaram-se rotina no país, a distribuição de ambulâncias, carros de polícia, equipamentos odontológicos etc...
Aqui acolá um “dinheirinho” fácil, à título de ajuda na construção de posto de saúde, escola, ponte, enfim o meio de “engabelar” o eleitor.
Observe-se que é absolutamente legítimo o titular de mandato eletivo liberar recursos, em favor de cidades e municípios, onde foi votado. Nada contra isso, pois os prefeitos necessitam dessa ajuda.  
Todavia, deveriam existir critérios pré-definidos, em relação a obras e setores considerados prioritários, onde fosse possível somar os recursos e alcançar resultados definitivos, na solução de problemas coletivos.
Outro detalhe em vigor na eleição de 2018 - trágico se não fosse cômico - é que somente será permitido carro de som em carreatas, caminhadas, passeatas, reuniões ou comícios, se o próprio candidato estiver – em carne e osso – dentro do veículo, ou seja, passou a ser exigido o dom da ubiquidade, que permita estar presente ao mesmo tempo em vários locais e cidades.
Será uma campanha de “surdos e mudos”, sem riscos de denuncias, ou esclarecimentos à população, bem ao gosto das reeleições.
Com os fatos já consumados, resta apelar aos movimentos sociais e entidades da sociedade civil, no sentido de ajudarem na divulgação de informações, que orientem o voto consciente.
Quem permanece no barco, não deseja que ele afunde.
Como brasileiro torço para que tudo dê certo em outubro próximo.  
Mas, a “farra eleitoral” será grande.
O que esperar?  
Talvez, que Deus continue brasileiro e mais uma vez tenha piedade de nós!
DO BLOG: INFELIZMENTE OS QUE AINDA PENSAM NUMA POLÍTICA COM DECÊNCIA, CALCADO EM IDÉIAS E PROPOSTAS, ÉTICA E HONRADEZ, TEM SEU NOME PRETERIDO POR 'DONOS' DE PARTIDOS POLÍTICOS QUE QUEREM SE PERPETUAREM NO PODER. 
ESSA DURA REALIDADE, ESPERO EU, QUE UM DIA VENHA SER MODIFICADA! COM TODO RESPEITO AOS DEMAIS PRÉ-CANDIDATOS QUE PLEITEIAM CONQUISTAR UMA CADEIRA OU RENOVÁ-LA, SEM DÚVIDA, COM A PARTICIPAÇÃO DO EX-DEPUTADO NEY LOPES PARA O SENADO DA REPÚBLICA, O DEBATE SERIA BEM MAIS RICO!   

FINAL DE CARREIRA POLÍTICA, MELANCÓLICO. DURO, MAS É VERDADE!
Mais uma na conta
Henrique Alves é listado em inquérito que apura repasse de R$ 40 milhões da JBS
Inquérito vai apurar pagamentos ao então presidente da Câmara dos Deputados por meio de notas fiscais frias que teriam simulado prestação de serviços de empresas para a JBS.

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de um inquérito para apurar um suposto esquema de pagamentos milionários do grupo J&F a congressistas do MDB. As suspeitas foram levantadas nas delações premiadas do executivo Ricardo Saud e do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. O inquérito também deve apurar pagamento ao então presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (MDB-RN), por meio de notas fiscais frias que teriam simulado prestação de serviços de empresas para a JBS.
Em sua delação, Saud disse ter havido pagamento da ordem de R$ 46 milhões a senadores do MDB, a pedido do PT. De acordo com o executivo, apesar de diversas doações terem sido oficiais, trata-se de “vantagem indevida”, já que dirigentes do PT estariam comprando o apoio de peemedebistas para as eleições de 2014 para garantir a aliança entre os dois partidos.
Segundo o delator, o pagamento milionário tinha o objetivo de manter a unidade do MDB, devido ao risco na época dos fatos de que integrantes do partido passassem a apoiar formalmente a campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência da República em 2014.
O esquema teria beneficiado os senadores Eduardo Braga (MDB-AM), Jader Barbalho (MDB-PA), Eunício Oliveira (MDB-CE), Renan Calheiros (MDB-AL), Valdir Raupp (MDB-RO) e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rego.
Sérgio Machado, por sua vez, declarou ouvir em reuniões ocorridas na residência de Renan, “que o grupo JBS iria fazer doações ao PMDB, a pedido do PT, na ordem de R$ 40 milhões”.
Os gabinetes dos senadores foram procurados pela reportagem e não haviam se manifestado até a publicação deste texto. Em nota, o MDB informou repudiar “mais uma tentativa de criminalização da política”. “Esperamos que a conclusão deste inquérito seja rápida e acreditamos que ao final a verdade será restabelecida”, disse o partido. O PT ainda não se pronunciou. Fonte: Agora RN

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