O ANTAGONISTA
TORCEDOR NÚMERO 1
O jejum de Dallagnol pela prisão de Lula
O procurador Deltan Dallagnol,
favorável à manutenção da jurisprudência do STF sobre prisão após condenação em
segunda instância, escreveu no Twitter que estará de jejum na quarta-feira, 4
de abril, dia do julgamento do HC de Lula na Corte.
“4ª feira é o dia D da luta contra a
corrupção na Lava Jato. Uma derrota significará que a maior parte dos corruptos
de diferentes partidos, por todo país, jamais serão responsabilizados, na Lava
Jato e além. O cenário não é bom. Estarei em jejum, oração e torcendo pelo país.”
AGORA DURMA COM UM BARULHO DESSE!
O “mecanismo” fez José Padilha ver direita onde não há
Em artigo na Folha, o cineasta José
Padilha afirma que a corrupção é o mecanismo estruturante da política e da
administração pública no Brasil, incluindo as cortes judiciais constituídas por
indicações.
Para ele, é inegável que os grupos de
Michel Temer e de Lula se beneficiaram do mecanismo, termo que dá nome à sua
nova série.
Padilha busca então analisar “o motivo
para os violentos e desonestos posts que alguns formadores de opinião de
esquerda dispararam contra os atores e autores” da obra.
“Para entender sua natureza, precisamos
olhar o que ocorreu com a opinião pública pós-Lava Jato.
Sabendo que O Mecanismo existe, podemos
afirmar que:
a) Se
a nova lei de delações premiadas tivesse sido sancionada com o PSDB no poder,
os políticos denunciados teriam sido Aécio, Serra e FHC. Mas, como a lei foi
sancionada com PT e PMDB no poder, os políticos denunciados foram Palocci,
Lula, Cunha, Cabral e Temer.
b) A
mídia de direita usou essa contingência histórica para atacar a esquerda, como
se a direita não fosse corrupta.
c) O
PT usou essa contingência para acusar a Lava Jato de partidarismo, como se não
fosse inevitável que petistas fossem pegos primeiro, dado que estavam no poder.
Criou-se, assim, um ambiente irracional
e polarizado, em que o dogmatismo ideológico da esquerda radical e o cinismo
pragmático da direita fisiológica passaram a trabalhar juntos para negar o
inegável, o fato de que todas as lideranças políticas dos grandes partidos brasileiros
são corruptas.
Hoje, vemos os formadores de opinião de
esquerda e os membros da direita fisiológica de mãos dadas, pressionando o STF
para cancelar a prisão após condenação em segunda instância. Afinal, para a
esquerda isso garantiria a impunidade de Lula; para a direita, a de Aécio, de
Temer, de Jucá… O mecanismo, é claro, agradece.
Confesso que esperava mais dos
formadores de opinião da esquerda. Pensei que em algum momento da história
fossem acordar do estupor ideológico e ajudar pessoas de bem na luta contra o
mecanismo que opera no mundo real, em vez de se associar a ele para lutar
contra o mecanismo exposto na Netflix.”
Padilha, aparentemente, acordou do
estupor ideológico de esquerda. Só não se livrou ainda do ranço de chamar PSDB
e PMDB de “direita”, só por estarem – de centro-esquerda a centro – à direita
do PT.
O estatismo tucano que levou Gustavo Franco a
deixar o PSDB, a “ênfase na questão redistributivista” apontada por Edmar Bacha,
as frequentes reafirmações de esquerdismo por parte de FHC, José Serra, Aloysio
Nunes e do próprio Aécio, além da distância de todos eles do conservadorismo
nos costumes (FHC defende a liberação das drogas e o desarmamento, por exemplo)
são amostras do erro de Padilha.
Os acenos do governo Temer às
privatizações, depois de 14 anos de aliança espúria com o PT no fisiologismo e
no aparelhamento do Estado inchado terem resultado em grave crise fiscal,
tampouco fazem do PMDB um partido de direita, especialmente se compararmos com
o Partido Republicano dos Estados Unidos, por exemplo.
A direita democrática – liberal e
conservadora – ainda é incipiente no Brasil e vem se manifestando mais
intelectualmente em livros e na internet do que no espaço político, onde tem na
disputa presidencial deste ano, até o momento, apenas três alegados
representantes, sem qualquer mancha de corrupção em seus currículos, mas, mesmo
assim, questionados por alas da própria direita por não ser tão liberal em
economia (Jair Bolsonaro), nem tão conservador nos costumes (João Amoêdo), nem
tão conhecido pelo liberalismo e pelo conservadorismo que agora professa
(Flávio Rocha).
Padilha não precisa dizer que a
“direita” brasileira é corrupta, muito menos reconhecer a existência de uma
grande “mídia de direita” (cujos supostos veículos ele não cita nominalmente),
para demonstrar sua imparcialidade ideológica no combate à corrupção.
Só demonstra, assim, sua prestação de
contas à esquerda corrupta, que falseia as premissas do debate público e ataca
ele próprio e sua obra.
(Felipe Moura Brasil)
PARECE QUE JAIR, ESTÁ MESMO INCOMODANDO! NOSSA!
Bolsonaro “foi o maior adversário do Plano Real”, diz Edmar Bacha
Um dos formuladores do Plano Real, o
economista Edmar Bacha também falou ao Estadão sobre a candidatura de Jair
Bolsonaro.
“Fico contente de finalmente termos uma
direita assumida como adversária. O PSDB foi jogado na direita por oposição ao
PT, mas sempre teve a questão social como ponto fundamental de sua atuação
política e a ênfase na questão redistributiva. Nós fizemos reforma na educação
com o Bolsa Escola, que é o embrião do Bolsa Família. Fizemos o Plano Real, que
beneficiou fundamentalmente a classe assalariada.”
E mais:
“É muito difícil saber por que o
Bolsonaro aparece como uma espécie de Trump. Não se sabe no que acredita, o que
fará em relação ao que está dizendo. O passado dele o condena. Foi o maior
adversário do Plano Real. Quando eu estava no governo, toda vez que íamos no
mesmo voo para Brasília, ele vinha na fila me xingando e dizia que ia matar o
Fernando Henrique. Essa é a figura verdadeira do Bolsonaro, que agora ganhou
certo prestígio pela questão premente da segurança. Ele é um homem de uma
agenda só. Paulo Guedes é uma diversão lateral, com quem ele tenta abanar as
elites.”
E a “ênfase na questão redistributiva”
é o modo tucano de abanar os pobres?
“Há no STF quem seja notório pelo pouco saber jurídico e quem tenha,
impunemente, transgredido a lei”
A mesma Constituição que deu ao STF um
caráter excepcional – sem qualquer forma de controle efetivo por parte dos
demais Poderes – é aquela que concede aos representantes do povo o poder de
interferir na qualidade da Corte, registra o Estadão em editorial.
“Basta que o Senado exerça bem sua
função de aprovar ou recusar os candidatos apresentados pelo presidente da
República para as vagas no Supremo, exigindo deles notório saber jurídico e
reputação ilibada. E isso, simplesmente, não tem sido feito.
Pode-se atribuir parte da atual crise
institucional, portanto, ao desleixo do Congresso, que deixa de fazer sua parte
quando permite que as vagas do Supremo sejam preenchidas por candidatos que
simplesmente não satisfazem os requisitos mínimos para integrar o principal
tribunal do País. Há lá quem seja notório pelo pouco saber jurídico, da mesma
forma como há quem tenha, impunemente, transgredido a lei até dizer chega. O
resultado está à vista de todos.”
PLACAR NO STF AINDA INDEFINIDO. INCÓGNITA! HAJA PRESSÃO
Jurista de Lula tenta fazer casuísmo do STF soar normal
A defesa de Lula vai entregar na
segunda-feira aos ministros do STF parecer de José Afonso da Silva contra
a prisão após condenação em segunda instância, informa a Folha.
A alegação de que Afonso pediu a
renúncia de Dilma Rousseff em 2015 está sendo usada para conferir a ele ares de
imparcialidade.
O jurista sustenta que “ou a presunção
vale até o trânsito em julgado, ou não vale – não há meio termo possível” – e
que um tribunal só se apequena quando vai contra a lei.
365 - 88 = 277 - OS FINAIS DE SEMANA(48) = 229 DIA TRABALHADOS PELOS SENHORES MINISTROS E DEMAIS MAGISTRADOS
As 88 folgas dos ministros do STF
Um conjunto de regras editadas durante
e entre as ditaduras do Estado Novo (1937-1945) e militar (1964-1985) permite
que os 11 ministros do STF tenham 88 dias de descanso ao ano, além dos sábados
e domingos, norma que se estende a todos os magistrados, segundo a Folha.
A retomada da sessão de julgamento
do HC de Lula, interrompida após Marco Aurélio Mello anunciar uma viagem para o
Rio de Janeiro, não ocorreu no dia seguinte, uma sexta-feira, porque os
ministros não fazem sessões às segundas nem às sextas.
“O julgamento também não foi marcado
para a semana seguinte. Lei de 1966 estabelece que, diferentemente da maioria
da população, cuja garantia de folga se resume à Sexta-Feira da Paixão, a
Semana Santa dos juízes engloba a quarta e a quinta.
Como as sessões plenárias do Supremo
ocorrem apenas às quartas e quintas, marcou-se o julgamento do caso Lula para a
semana posterior, no dia 4 de abril.
Os ministros e demais juízes do país
têm direito a 60 dias de férias ao ano. No caso do Supremo, elas acontecem em janeiro
e julho. Para cada um desses períodos, os 11 ministros recebem duas vezes o
adicional de um terço do salário (R$ 11.254, para um salário de R$ 33.763),
totalizando R$ 22,5 mil ao ano.”
A lentidão do STF está explicada.
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