Temer x Sarney
Míriam Leitão compara no Globo a situação
do governo de Michel Temer com a do governo de José Sarney, encerrado em 1990:
"Quem aposta no cenário 'sarney', um
presidente impopular que permanece, tem que lembrar dois pontos.
Primeiro, em janeiro do último ano do governo,
Sarney ainda tentou enfrentar a hiperinflação, o grande problema da época, com
o Plano Verão. Quando ficou claro que a tentativa havia falhado, o ano já
estava quase na metade, e a campanha eleitoral, na rua. Sobravam apenas alguns
meses. Sarney submergiu, e o país passou a ser governado, na prática, pela
equipe econômica.
Segundo, a crise fiscal agora é mais
grave, e o país pode viver cenas explícitas de desgoverno, neste longo ano e
meio que ainda resta."
O Brasil vive cenas explícitas de desgoverno
há pelo menos 14 anos.
Moro: "Vejo no mundo
político uma grande inércia"
Do juiz Sérgio Moro, em entrevista à Folha:
"Lamentavelmente, eu vejo uma
ausência de um discurso mais vigoroso por parte das autoridades políticas
brasileiras em relação ao problema da corrupção.
Fica a impressão de que essa é uma tarefa
única e exclusivamente de policiais, procuradores e juízes.
No Brasil, estamos mais preocupados em não
retroceder, em evitar medidas legislativas que obstruam as apurações das
responsabilidades, do que propriamente em proposições legislativas que diminuam
a oportunidade de corrupção. Vejo no mundo político uma grande inércia."
Exclusivo: "Não vou
fazer acordo com o diabo para ser simpático", diz Bolsonaro
No encerramento da conversa com O Antagonista, Jair Bolsonaro, segundo
colocado nas pesquisas eleitorais, falou sobre suas chances ao disputar em 2018
a presidência por um partido pequeno como o atual PEN:
“Eu acredito que quem tiver 22% vai para o
segundo turno e daí você empata o jogo. E o que é importante também é que eu
não vejo isso como obsessão. Então eu acho que está na hora de contribuir com
meu país. Se for vontade de Deus, estamos lá. É isso que eu penso. Não vou
fazer acordo com o diabo para ser simpático e talvez conseguir sentar na
cadeira dessa forma. Você senta, mas depois não governa, é muito difícil.”
Com 20,8% no último levantamento do
instituto Paraná Pesquisas (no cenário com Geraldo Alckmin), Bolsonaro está
próximo dos 22% que acredita ser necessário alcançar. Se contar a margem de
erro, na verdade, já alcançou.
Exclusivo: "Eu sou a
formiguinha contra o elefante", diz Bolsonaro
Jair Bolsonaro citou em conversa com O Antagonista as matérias do Globo e
da Veja deste fim de semana sobre a repercussão e a atuação política nas redes
sociais:
“O que eu senti é uma tendência em jogar
mais para o [prefeito de São Paulo, João] Doria, dar uma certa ‘dourada’ no
Doria, e tentar em parte desacreditar as mídias sociais. Ambas as matérias
dizem que vai ser um vale-tudo no ano que vem. Mas a verdade é que a imprensa
de papel, o pessoal já sabe que a credibilidade dela está sendo deteriorada a
passos largos. E o negócio deles é vender papel, vender propaganda. Mas há uma
tendência aí de tentar desqualificar as mídias sociais."
Em seguida, o deputado deu a sua visão
sobre a sua própria ordem de grandeza na disputa pelo eleitorado, em comparação
com a concorrência:
"Eu não tenho equipe nenhuma. Minha
equipe é composta por um ou outro funcionário meu que trabalha depois do
expediente. O PSDB tem o estado de São Paulo, tem a capital, tem ali uns 60
parlamentares entre deputados e senadores – eles têm a máquina na mão, eu não
tenho nada, não tenho nem partido ainda. Não sou nem o Golias, de David e
Golias. Eu sou a formiguinha contra o elefante. E chegamos aonde chegamos.”
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