Pedro
Peduzzi -Repórter da Agência Brasil
Já desembarcaram no Aeroporto
Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, os dois operadores financeiros
alvos da 38ª fase Operação Lava Jato, batizada de Blackout, em referência ao
sobrenome dos investigados. Jorge Luz e Bruno Luz tiveram a prisão preventiva
decretada, mas estavam em Miami, nos Estados Unidos.
O desembarque ocorreu no início da
manhã deste sábado (25) e, imediatamente, foram conduzidos pela Polícia Federal
(PF) para o Instituto Médico-Legal e, em seguida, para a carceragem
Superintendência da PF, na capital federal. Eles vão responder pelos crimes de
corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Segundo o Ministério Público Federal
(MPF), a atuação de Jorge e Bruno na Petrobras teria resultado no pagamento de
R$ 40 milhões em propinas ao longo de 10 anos, especialmente na compra dos
navios-sonda Petrobras 10.000 e Vitória 10.000; na operação do navio sonda
Vitoria 10.000 e na venda, pela Petrobras, de sua participação acionária na Transener
(maior companhia de transmissão de energia elétrica da Argentina) para a
empresa Eletroengenharia.
De acordo com a investigação, a maior
parte da propina era repassada aos membros da Diretoria Internacional da
Petrobras, enquanto o restante era destinado a agentes políticos. O procurador
da República Diogo Castor de Mattos afirmou que esses políticos gozam
atualmente de foro privilegiado, principalmente senadores.
Os integrantes da força-tarefa do MPF
disseram ainda que Jorge e Bruno atuavam na Diretoria Internacional da
Petrobras, área de indicação política do PMDB. Eles também agiam
esporadicamente na Diretoria de Abastecimento e na Diretoria de Serviços da
estatal, áreas de influência do PP e do PT, respectivamente.
Na quinta-feira (23), o PMDB publicou
nota afirmando que os operadores financeiros "não têm relação com o
partido e nunca foram autorizados" a falar em nome da sigla. O PP e o PT
não se manifestaram sobre o assunto.
A Petrobras disse, em nota, que
"segue colaborando com as autoridades" para buscar o ressarcimento
dos prejuízos causados à companhia. A estatal ressaltou, ainda, que as
autoridades "reconhecem que a Petrobras é vítima de todos os fatos
revelados por esta investigação".
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