sábado, 25 de fevereiro de 2017

Como nova mira do TSE, Temer quer adiar julgamento


Jornal GGN - Ao passo que as delações da Odebrecht avançam no Supremo Tribunal Federal (STF), elas também recaem contra o governo de Michel Temer e sua cúpula peemedebista na possível cassação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Isso porque o Tribunal decidiu ouvir os mesmos delatores, nos processos da Operação Lava Jato, mas, agora, na ação de cassação contra a chapa Dilma Rousseff e Michel Temer que tramita na Corte Eleitoral.

O desfecho desta ação poderá encurtar o mandato de Michel Temer. Em apenas um dos trechos de acordo de delação do ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, aponta-se uma remessa de, pelo menos, R$ 10 milhões da empreiteira às campanhas peemedebistas dem 2014.

A informação é de que mais da metade desse montante, R$ 6 milhões seriam destinados a Paulo Skaf, então candidato do PMDB ao governo de São Paulo, e outros R$ 4 milhões seriam destinados a Padilha para as demais campanhas do partido. 

Eliseu Padilha, atual ministro licenciado da Casa Civil, supostamente por questões de saúde, integrou uma reunião, naquele ano eleitoral de 2014, junto com o agora presidente e, à época, candidato a vice da presidente Dilma Rousseff, para pedir recursos de, ao que tudo indica, caixa dois pelas empreiteiras e companhias.

Foi Temer, segundo informações de Cláudio Melo Filho, que pediu os R$ 10 milhões da Odebrecht. E, ainda, Padilha teria recebido diretamente os R$ 4 milhões dedicados à sigla nas campanhas.

Posteriormente, ainda, o próprio presidente da companhia, Marcelo Odebrecht, confirmou aos investigadores da Lava Jato a reunião e o pedido direto de Michel Temer para contribuir com os custos dos pleitos eleitorais naquele ano.

A decisão do relator das ações de cassação no TSE, Herman Benjamin, foi adotada nesta quarta-feira (22). O ministro anunciou que serão ouvidos, por enquanto, três dos delatores da Odebrecht. Entre eles, Marcelo.

No despacho, o ministro afirmou que os depoimentos seriam necessários "diante de indicativos extraídos da mídia escrita sobre a recente homologação da colaboração premiada de 77 (setenta e sete) executivos da empresa Odebrecht, no âmbito da denominada Operação Lava Jato, e de que houve depoimentos relacionados à campanha eleitoral da chapa Dilma-Temer em 2014".

Notadamente, Marcelo Odebrecht, Cláudio Melo Filho e Alexandrino de Salles Ramos, os escolhidos por Benjamin para delatar ao TSE, irão abordar as campanhas peemedebistas, conforme o que já se divulgou dos acordos desses executivos.

COm a notícia, a defesa de Temer quer voltar a interceder por um adiamento no julgamento do TSE. A informação é do Painel da Folha. O advogado do atual presidente pretende pedir acesso às delações dos executivos e, ainda, quer apresentar novas testemunhas, soliticar mais aprofundamento de investigações, como oitivas e, até, perícias.

A estratégia é adiar o máximo possível o desfecho do julgamento de cassação contra a chapa.


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