Jornal GGN - Ao passo que as delações da Odebrecht avançam no
Supremo Tribunal Federal (STF), elas também recaem contra o governo de Michel
Temer e sua cúpula peemedebista na possível cassação pelo Tribunal Superior
Eleitoral (TSE).
Isso porque o Tribunal decidiu ouvir
os mesmos delatores, nos processos da Operação Lava Jato, mas, agora, na ação
de cassação contra a chapa Dilma Rousseff e Michel Temer que tramita na Corte
Eleitoral.
O desfecho desta ação poderá encurtar
o mandato de Michel Temer. Em apenas um dos trechos de acordo de delação do
ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho,
aponta-se uma remessa de, pelo menos, R$ 10 milhões da empreiteira às campanhas
peemedebistas dem 2014.
A informação é de que mais da metade
desse montante, R$ 6 milhões seriam destinados a Paulo Skaf, então candidato do
PMDB ao governo de São Paulo, e outros R$ 4 milhões seriam destinados a Padilha
para as demais campanhas do partido.
Eliseu Padilha, atual ministro
licenciado da Casa Civil, supostamente por questões de saúde, integrou uma
reunião, naquele ano eleitoral de 2014, junto com o agora presidente e, à
época, candidato a vice da presidente Dilma Rousseff, para pedir recursos de,
ao que tudo indica, caixa dois pelas empreiteiras e companhias.
Foi Temer, segundo informações de
Cláudio Melo Filho, que pediu os R$ 10 milhões da Odebrecht. E, ainda, Padilha
teria recebido diretamente os R$ 4 milhões dedicados à sigla nas campanhas.
Posteriormente, ainda, o próprio
presidente da companhia, Marcelo Odebrecht, confirmou aos investigadores da
Lava Jato a reunião e o pedido direto de Michel Temer para contribuir com os
custos dos pleitos eleitorais naquele ano.
A decisão do relator das ações de
cassação no TSE, Herman Benjamin, foi adotada nesta quarta-feira (22). O
ministro anunciou que serão ouvidos, por enquanto, três dos delatores da
Odebrecht. Entre eles, Marcelo.
No despacho, o ministro afirmou que
os depoimentos seriam necessários "diante de indicativos extraídos da
mídia escrita sobre a recente homologação da colaboração premiada de 77
(setenta e sete) executivos da empresa Odebrecht, no âmbito da denominada
Operação Lava Jato, e de que houve depoimentos relacionados à campanha
eleitoral da chapa Dilma-Temer em 2014".
Notadamente, Marcelo Odebrecht,
Cláudio Melo Filho e Alexandrino de Salles Ramos, os escolhidos por Benjamin
para delatar ao TSE, irão abordar as campanhas peemedebistas, conforme o que já
se divulgou dos acordos desses executivos.
COm a notícia, a defesa de Temer quer
voltar a interceder por um adiamento no julgamento do TSE. A informação é do
Painel da Folha. O advogado do atual presidente pretende pedir acesso às
delações dos executivos e, ainda, quer apresentar novas testemunhas, soliticar
mais aprofundamento de investigações, como oitivas e, até, perícias.
A estratégia é adiar o máximo
possível o desfecho do julgamento de cassação contra a chapa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário