segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Problema a vista...



Fim da paciência
Com três meses de salários atrasados, jogadores do ABC oficializam movimento grevista
Em coletiva de imprensa realizada na seda da SAFERN, 33 atletas abecedistas compareceram e anunciaram início do movimento grevista; prazo para providências é de 48h.


Andrei Torres / ABC FC

Judas Tadeu Gurgel, presidente do ABC, e Leonardo Arruda, vice de futebol

Se os torcedores do ABC achavam que a situação do clube não poderia piorar, certamente ficaram abismados após a coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira e liderada pelo presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais de Futebol do Rio Grande do Norte (SAFERN), Felipe Augusto Leite. No encontro com os profissionais da imprensa esportiva potiguar – e que contou com a presença de 33 jogadores do elenco Alvinegro – o Sindicato anunciou que os atletas paralisaram as atividades no clube a partir desta segunda-feira. Para tanto, alegaram problemas com atrasos salariais, que estão afetando diretamente suas vidas particulares.
De acordo com o que foi exposto nesta tarde no auditório do SAFERN, o ABC está devendo os salários de julho, agosto e setembro para alguns jogadores, além de também estar em dívida com os valores referentes ao auxílio-moradia e premiações acertadas pelo desempenho do clube ao longo do Campeonato Potiguar e da Copa do Brasil deste ano. A situação, que já é considerada insustentável pelos jogadores, foi colocada como motivação principal para a paralisação das atividades. Agora, o clube terá 48h para tomar as devidas providências, que se não forem apresentadas ao Sindicato em tempo hábil resultará em novas medidas drásticas.
Em suma, os atletas informaram, por meio do SAFERN, que a participação dos mesmos no jogo contra o Londrina-PR, agendado para o próximo sábado, 28, no Estádio Frasqueirão, está diretamente relacionada as medidas que serão tomadas pelos dirigentes Alvinegros ao longo da semana. Caso os salários não sejam pagos, eles não entrarão em campo, fazendo o ABC perder o jogo por WxO e, consequentemente, passar a responder processo no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Além disso, os atletas também ameaçam pedir a rescisão coletiva de seus contratos em ação civil pública no Justiça do Trabalho.


Operação Sépsis
Henrique prestará depoimento por videoconferência a juiz de Brasília nesta terça
Henrique terá a oportunidade de se defender das acusações que pairam sobre ele na operação Sépsis, um dos desdobramentos da Lava Jato, que apura fraudes na Caixa Econômica.

Frankie Marcone/Futura Press

Ex-ministro Henrique Eduardo Alves, preso no dia 6 de junho

Recolhido há mais de quatro meses na Academia de Polícia Militar, em Natal, o ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB) prestará depoimento nesta terça-feira, 24, ao juiz Vallisney Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília. Os esclarecimentos vão acontecer por meio de videoconferência realizada na 14ª Vara Federal potiguar.
Henrique terá a oportunidade de se defender das acusações que pairam sobre ele na operação Sépsis, um dos desdobramentos da Lava Jato. Neste processo, o ex-ministro foi denunciado pela suposta prática dos crimes de corrupção passiva, prevaricação, lavagem de dinheiro e ocultação de bens.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o peemedebista teria se associado ao ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ); a Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal; ao doleiro Lúcio Funaro; e ao seu sócio Alexandre Margotto com o objetivo de obter vantagens indevidas na concessão a empresas de recursos oriundos do FI-FGTS.
Em depoimento aos investigadores, Cleto narrou que as irregularidades teriam ocorrido entre 2011 e 2015. Nesse período, segundo o ex-diretor, Cunha ficava com 80% da propina desviada do fundo, Funaro com 12%, Cleto com 4% e Margotto, com outros 4%.
Além de participar da indicação de Cleto à Caixa, Henrique Alves, segundo a denúncia, também teria sido beneficiado com repasses depositados na Suíça sem declaração às autoridades brasileiras.
Segundo o MPF, neste esquema criminoso que teria se instalado na Caixa, Henrique Alves teria recebido, entre outros recursos, R$ 52 milhões referentes à cobrança de propina das empresas Carioca Engenharia, OAS e Odebrecht, construtoras do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. O projeto envolveu um investimento de R$ 3,5 bilhões, dinheiro este liberado pela Caixa.
Henrique foi detido em Natal no dia 6 de junho por força de dois mandados de prisão preventiva, um expedido pela 10ª Vara Federal de Brasília, na operação Sépsis, e outro pela 14ª Vara Federal do Rio Grande do Norte, que comanda a operação Manus.
Neste último caso, Henrique foi denunciado por supostamente ter cometido os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro durante a construção da Arena das Dunas, em Natal. A Polícia Federal estima um superfaturamento de R$ 77 milhões. Segundo o MPF, o ex-ministro e o ex-deputado Eduardo Cunha teriam solicitado e aceitado propinas da ordem de R$ 11,5 milhões, disfarçadas de doações oficiais ao PMDB, em troca de favorecer as construtoras em contratos públicos.

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