Após disputa por quórum,
Câmara barra 2ª denúncia contra Temer
Câmara dos Deputados vota a admissibilidade da segunda
denúncia contra o presidente Michel Temer, em 25/10/2017 (Adriano
Machado/Reuters) (Adriano Machado/Reuters/Reuters)
Com Temer no hospital, governo sofre para formar quórum, mas consegue
salvar presidente e ministros
São Paulo — Mais uma vez, a Câmara dos
Deputados livra o presidente Michel Temer (PMDB) do risco de virar réu no Supremo Tribunal
Federal (STF). Por volta das 20h35, entre ausências e apoios, o
Palácio do Planalto conquistou o número mínimo necessário para barrar o avanço
das acusações contra o presidente por organização
criminosa e obstrução da justiça.
O placar final ficou assim: 251 votos
favoráveis a arquivar a denúncia, 233 contrários, duas abstenções e 25
ausências.
Com a decisão, a denúncia
assinada pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot não seguirá para a
análise do STF e ficará suspensa até o fim do mandato de Temer, em 31 de
dezembro de 2018.
Também escaparam da investigação
no STF os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Secretaria-geral da
Presidência, Moreira Franco.
Apesar
da longa batalha para abrir a votação por falta de quórum, o Planalto pode, de
certa forma, respirar aliviado com o resultado dessa sessão.
Entre
a votação desta quinta e a de agosto, quando foi analisada a primeira denúncia
contra o peemedebista, o governo perdeu o apoio de 12 deputados (foram 263
votos favoráveis há três meses e 251 hoje).
Mas,
juntando ausências, abstenções e votos favoráveis, Temer fecha essa
segunda rodada na Câmara com uma vantagem de 278 votos — apenas sete a menos do
conquistado anteriormente.
A
vitória, contudo, não veio facilmente. O governo demorou cerca de oito horas para conseguir o número
mínimo de deputados para que a votação fosse aberta.
Para adiar a votação até o
horário nobre, os deputados da oposição não marcaram presença e montaram um
plenário simbólico em frente à entrada principal da Casa para pressionar outros
parlamentares a não comparecer à sessão.
O quórum de 342 deputados só
foi atingido por volta das 17h, depois que a primeira sessão sobre o caso foi
encerrada e uma nova foi aberta.
Mesmo
com o atraso, a votação foi mais rápida do que a primeira e terminou por volta
das 21h30 desta quinta.
No
total, 13 partidos declararam apoio ao governo (são eles: PMDB, PP, Avante,
PSD, PR, DEM, PTB, Pros, PSL, PRB, Solidariedade, PSC e PEN) e nove,
foram contrários (PT, PSB, PDT, PC do B, Podemos, PPS, PHS, PSOL e Rede). PV e
PSDB liberaram suas bancadas.
Ex-presidente da Caixa nega irregularidades em empréstimos ao
grupo J&F
Jorge
Hereda: Caixa teve lucro ao negociar ações da JBS.
Agência
Câmara: Em depoimento à CPMI da
JBS nesta quarta-feira (25), o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge
Hereda negou a existência de irregularidades na liberação de empréstimos ao
grupo J&F. Segundo ele, todas as operações eram aprovadas por órgãos
colegiados e passavam pelo crivo de mais de 50 técnicos.
O ex-dirigente informou que, em 2014, o grupo comandando pelos
empresários Joesley e Wesley Batista devia R$ 5,421 bilhões ao banco, porém
todos os pagamentos para quitar a dívida estavam em dia. O valor refere-se a
operações de financiamento de capital de giro, adiantamento de crédito de
câmbio e aquisição de debêntures (títulos de dívida) feitas em favor das
seguintes empresas do conglomerado J&F: SF investimentos, JBS, Seara,
Vigor, Eldorado Celulose e J&F Investimentos.
Hereda,
que presidiu a Caixa entre 2006 e 2015, acrescentou que as operações com a JBS
não podem ser consideradas atípicas, considerando o tamanho da empresa e o
mercado. Segundo ele, os cinco maiores bancos do País fizeram empréstimos à
empresa. “E a Caixa não está em primeiro lugar. Tem 11,9% da dívida da JBS e
possui 1,79% das ações da companhia”, informou.
Questionado
por um dos sub-relatores da comissão, deputado Delegado Francischini (SD-PR),
Hereda disse nunca ter recebido pedido do ex-ministro Guido Mantega para
liberar dinheiro para a JBS. “Mantega nunca me pediu nada”, declarou.
Ele
negou ainda prejuízos para a Caixa com operações como a aquisição de ações da
JBS. “Nós não compramos as ações. Recebemos do Tesouro por um valor de R$ 6 e
depois as vendemos por R$ 12, ou seja, a Caixa teve lucro”, apontou.
Por
sua vez, o deputado Juscelino Filho (DEM-MA), autor do requerimento de
convocação de Hereda, questionou a operação que permitiu à JBS adquirir a
companhia Alpargatas com 100% de financiamento pela Caixa. “Existe precedente
para esse tipo de financiamento total?”, indagou o parlamentar. “Isso ocorreu
depois que eu saí da Caixa, então não posso responder”, afirmou Hereda.
Ameaça
O ex-presidente da Caixa afirmou ter sido pressionado pelo ex-deputado Eduardo Cunha para que a Caixa liberasse empréstimos para quatro empresas (não especificadas durante o depoimento), mas disse não ter aceitado a pressão.
O ex-presidente da Caixa afirmou ter sido pressionado pelo ex-deputado Eduardo Cunha para que a Caixa liberasse empréstimos para quatro empresas (não especificadas durante o depoimento), mas disse não ter aceitado a pressão.
Cunha,
conforme Hereda, teria ameaçado convocá-lo para depor na CPI da
Petrobras se o dinheiro não fosse liberado. O ex-presidente da Caixa declarou
não saber que companhias seriam beneficiárias dos empréstimos. “Não quis nem
saber e encerrei o assunto”, resumiu.
Para especialistas, cortes orçamentários
comprometem Sistema Único de Assistência Social
Assistentes sociais
denunciaram que o atual Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias prevê um
corte de 98% dos recursos.
Representante teme que encargos recaiam sobre os
municípios. Deputado da base aliada garante que valores serão revistos
Gestores públicos e deputados debateram nesta quarta-feira (25),
em audiência púbica realizada na Câmara dos Deputados, estratégias para
reverter os cortes orçamentários da Assistência Social para o exercício de
2018. O encontro foi promovido por três comissões: Legislação Participativa;
Trabalho, Administração e Serviço Público; e Seguridade Social e Família.
Segundo
a deputada Flávia Morais (PDT-GO), uma das autoras do pedido de audiência, dos
R$ 900 milhões que estavam previstos, só constam R$ 78 milhões para o setor. Na
opinião da parlamentar, o corte compromete o avanço do Sistema Único de
Assistência Social (SUAS) e retoma o modelo do assistencialismo, onde
prevalecia a distribuição de cestas básicas doadas à comunidade.
“Hoje
a Assistência Social compõe um sistema complexo que vem avançando cada vez mais
e precisa do reforço de recursos”, disse a deputada.
Assistentes
sociais presentes ao debate denunciaram que o atual Projeto de Lei de
Diretrizes Orçamentárias vai causar o desmonte do SUAS, já que prevê um corte
de 98% dos recursos. A categoria defendeu a recomposição do orçamento para o
setor.
Novos números
Em resposta, o deputado Cacá Leão (PP-BA), responsável pela negociação do Orçamento 2018 com o Poder Executivo, afirmou que essas informações “não condizem com a realidade”. Segundo ele, o documento com esses valores só foi enviado para cumprir prazos, e que além disso o governo federal se comprometeu a mandar uma retificação da peça orçamentária com novos números.
Em resposta, o deputado Cacá Leão (PP-BA), responsável pela negociação do Orçamento 2018 com o Poder Executivo, afirmou que essas informações “não condizem com a realidade”. Segundo ele, o documento com esses valores só foi enviado para cumprir prazos, e que além disso o governo federal se comprometeu a mandar uma retificação da peça orçamentária com novos números.
Já
o deputado Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE) destacou que a Frente Parlamentar
de Assistência Social já conseguiu articular para este ano um suplemento de R$
100 milhões para o Sistema Único de Assistência Social, que já está na Comissão
Mista de Orçamento.
O
deputado Jorge Solla (PT-BA), por sua vez, informou que foi aprovada uma emenda
da Comissão de Seguridade Social e Família, no valor de R$ 1,5 bilhão, que
poderá recompor os valores da Assistência Social para o próximo ano.
Universalização
O secretário-adjunto de Assistência Social de Mato Grosso, José Rodrigues Rocha Júnior, destacou a universalização da política de assistência social de cinco anos para cá e ressaltou a importância do Estado no atendimento à população mais carente. “Se a família abandona essas pessoas necessitadas, quem vai cuidar delas, se não o poder público? ”.
O secretário-adjunto de Assistência Social de Mato Grosso, José Rodrigues Rocha Júnior, destacou a universalização da política de assistência social de cinco anos para cá e ressaltou a importância do Estado no atendimento à população mais carente. “Se a família abandona essas pessoas necessitadas, quem vai cuidar delas, se não o poder público? ”.
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