sexta-feira, 19 de maio de 2017

ENGENHOS DO CEARÁ-MIRIM

15 – ENGENHO MUCURIPE
Como não há registro histórico dos engenhos de Ceará-Mirim, muito se tem a pesquisar e pouco a ser informado sobre as suas a histórias oficiais. Historicamente, o engenho Mucuripe tampouco difere dos demais já publicados na página da ACLA. 
Trabalhos publicados por Nestor dos Santos Lima dão conhecimento que este engenho, criado a partir da junção das terras dos engenhos Cumbe, Oiteiro e Alagoa, teve como o seu fundador o Major Anthero Leopoldo Raposo da Câmara, em meados do século XIX. Alude-se ainda que a família Antunes Pereira só chegou para morar na casa grande do engenho Oiteiro, durante o ano de 1915.
Em meados da década de 1930, Ruy Antunes Pereira que já havia feito a fusão das três propriedades acima referidas, cria um novo engenho, denominando-o de “Mucuripe” no local onde antes se situava o engenho Alagoa.
Entre os anos de 1935 e 1936 a produção de açúcar bruto do engenho Mucuripe correspondia a 1900 sacos de 60 Kg.
De posse do novo engenho, Ruy Pereira o seu fundador, cria suas próprias raízes de afetividade, quando o chamava de “meu mundo encantado”, dando-lhe também uma visão mais moderna através da produção do açúcar mascavo, rapadura, mel e aguardente (esta última entre os anos de 1950 e 1960), numa escala de industrialização crescente, principalmente quando a grande produção açucareira das usinas modernamente industrializadas, fez diminuir a sua produção dos pequenos engenhos.
A casa grande do engenho Cumbe, passou a ser utilizada pelos familiares do proprietário em 1945; não existem registros da casa grande original deste engenho, assim como do antigo engenho, chamado Alagoa. A referida casa grande, encontra-se localizada a alguns metros do prédio do engenho e não guarda nenhuma semelhança com as casas grandes dos antigos engenhos. Passou por inúmeras transformações à medida em que a modernização do engenho se fazia imperativa. Dos primeiros tempos de sua fundação, conserva apenas as dimensões e os alpendres que emolduram sua fachada.
Em 1975, o engenho Mucuripe passou por uma ampla reforma que modificou toda a sua estrutura incluindo o maquinário. Atualmente as dependências do engenho consistem em casa de purgar, um salão no qual fica a moenda, a caldeira, os tachos de mel, um depósito, um escritório, uma guarita e a destilaria desativada desde 1960.
O engenho sofreu sucessivas intervenções, sendo completamente descaracterizado, principalmente em função de adequações solicitadas pela vigilância sanitária para a fabricação de gêneros alimentícios.
Ruy Antunes Pereira administrou o engenho até 1986, quando transferiu a administração da propriedade para seus herdeiros.
No ano de 2007 a produção era de trezentos fardos de 15 Kg de rapadura, produção destinada principalmente ao mercado local e regional.
Algumas edificações estão completamente em ruínas, deixando a mostra suas paredes de tijolos duplos, no que deixa transparecer toda a sua imponência de épocas passadas.
Em 1995, falece o senhor Ruy Antunes Pereira; suas cinzas foram enterradas sob uma palmeira imperial, local onde posteriormente foi edificado o seu Mausoléu.
O Engenho Mucuripe, entretanto, encontra-se atualmente desativado.

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