sábado, 29 de abril de 2017

ENGENHOS DO CEARÁ-MIRIM


 12 - ENGENHO IGARAPÉ
O engenho igarapé foi fundado pelos irmãos Furtado na segunda metade do século XIX. Era um pequeno engenho e movido à vapor, mas tinha uma boa estrutura em máquinas chegando a ter um alambique para fabricação de aguardente. Sua produção, variada, baseava-se em açúcar mascavo (ou como também é conhecido, açúcar bruto) e aguardente.
No ano de 1899, o Dr. Virgílio Bandeira de Melo passou a administrar o Igarapé, permanecendo sob seus cuidados até o ano de 1916, já no segundo ano da Primeira Guerra Mundial, quando os efeitos da mesma se espalhavam pelo mundo gerando mais uma grande crise cíclica do capitalismo. Atingido pela crise, Dr. Virgílio Bandeira devolveu o engenho aos proprietários, que, o venderam ao Coronel João Secundino Pereira Pacheco, que era senhor do Engenho São João, também conhecido como Engenho Torre.
Em 1934, foi a vez do Dr. Milton Varela adquirir o Igarapé e uma de suas primeiras medidas, foi aumentar a propriedade comprando terras ao Coronel João Secundino do Engenho São João.
Quarenta anos depois, em 1974, o Engenho Igarapé foi comprado por Dr.Heider Varela, tornando-se um fornecedor de cana para a Usina Ilha Bela e posteriormente usinas Santa Tereza e São Francisco, antes mesmo de se tornar Companhia Açucareira Vale do Ceará-Mirim.
Construído numa região privilegiada, próximo à antiga Usina Ilha Bela, ao Engenho União do Coronel Felismino Dantas, podemos até classificar a região como o “Caminho dos Engenhos”, pois nessa área foram edificados ainda os Engenhos Jaçanã, Laranjeiras, Ilha Grande, Timbó, Espírito Santo e mais afastados, Engenho Bicas, São Leopoldo e Paraíso.
Para se chegar à casa-grande do Engenho Igarapé, atravessa-se uma alameda de algarobas até o alpendre principal da casa toda branca, tendo a chaminé e armazém totalmente conservados e em boas condições. Além das construções, existem ainda um lago e um curral.
A casa grande e a chaminé do velho engenho permanecem altivas e em perfeito estado de conservação, diferentemente do que ocorre com a maioria dos engenhos que dominaram a paisagem do vale verde, margeando o histórico Rio Baquipe – Rio Ceará-Mirim.

Ao ser registrado no IAA-Instituto do Açúcar e do Álcool no ano de 1925, o Igarapé recebeu o número de registro, 2.500 e teve uma safra de 1920 sacos de 60 quilos de açúcar. A safra nos anos 1935/1936 foi igual a de 10 anos antes, porém recebeu um novo número no IAA – Instituto do Açúcar e do Álcool, que foi o de 1.355.

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