Segundo estado, mortes ocorreram na madrugada desta
sexta (6).
Bope e PM estão no local, diz Secretaria de Justiça
e Cidadania.
Ao menos 33 presos morreram na
madrugada desta sexta-feira (6) na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, a
maior de Roraima,
informou a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc).
De acordo com nota da secretaria, o Batalhão de
Operações Especiais (Bope), Polícia Militar (PM) e Canil estão na unidade que
fica na BR-174, na zona Rural de Boa
Vista. Um agente penitenciário, que não quis se identificar, disse ao G1 que as mortes ocorreram por volta das
2h30 (4h30 de Brasília).
A entrada da unidade foi isolada na manhã desta sexta.
Ao menos três estrondos foram ouvidos na parte externa do presídio por volta
das 9h (11h de Brasília).
De acordo com o secretário de Justiça e Cidadania, Uziel
Castro, que foi ao local, não
houve rebelião e a matança seria de responsabilidade de presos do Primeiro
Comando da Capital (PCC) que estavam concentrados neste centro de detenção.
Ainda segundo o secretário, não foram encontradas, até o momento, armas de fogo no
local, mas os corpos estariam "destroçados" e diversos decapitados.
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse em
entrevista coletiva nesta sexta que a matança em Boa Vista “não é aparentemente
uma retaliação do PCC em relação à Família do Norte”, relembrando o massacre ocorrido no Amazonas nesta
semana. Ainda segundo o ministro, "nesse presídio houve a separação da
facção, então todos eram da mesma facção, todos eram ligados ao PCC”.
Alexandre de Moraes também disse que informações
preliminares davam conta de que três dos mortos eram condenados por estupro. “E os demais eram rivais internos e, segundo informações
iniciais, haviam traído os demais. Era um acerto interno, o que não retira em
momento algum a gravidade”, disse ele. O ministro também falou que nesta tarde
viaja para Boa Vista para acompanhar a situação no estado.
A pasta informou ainda que a situação está sob controle
na unidade.
Equipes do Instituto Médico Legal (IML) chegaram à
unidade por volta de 8h25 (10h25 de Brasília) para a retirada dos corpos.
Dezenas de familiares de
presos foram para a frente à Penitenciária Agrícola em busca de informações dos
detentos mortos. Os parentes relataram ter ficado sabendo das mortes pela
imprensa e redes sociais.
"Eu soube pela mídia que ocorreram mortes no presídio
e vim para cá. Vou ficar até que eu saiba o que aconteceu lá dentro",
disse Dorinha Dorentina, mãe de dois presos que cumprem pena na unidade.
Parentes de detentos também foram ao IML, em Boa Vista,
em busca das identidades dos presos mortos.
Alerta emitido pelo Amazonas
Na terça-feira (3), o Amazonas
emitiu alerta para Roraima no intuito de avisar sobre possíveis confrontos
entre presos nas unidades do
estado. No domingo (1º), 56 presos foram mortos durante uma rebelião no Complexo Penitenciário
Anísio Jobim, em Manaus.
Confronto de facções
Em outubro, 10
detentos morreram na penitenciária agrícola durante um confronto de duas facções
rivais e familiares foram feitos reféns. Alguns detentos foram queimados
e outros decapitados. Na
época, a polícia apontou 50 suspeitos. O número de mortos colocou Roraima
em 9º no ranking de mortes
violentas em presídios, conforme levantamento do G1.
Mais de 1,4 mil presos
A Penitenciária Agrícola de Monte Cristo é a maior
unidade prisional de Roraima e até outubro abrigava mais de 1,4 mil presos, o
dobro da capacidade. O presídio é administrado pelo próprio estado e tem condições "péssimas",
segundo uma inspeção do Conselho Nacional de Justiça de setembro de 2016.
Em dezembro, o governo anunciou a construção de um
presídio de segurança máxima no estado para abrigar presos do regime fechado.
Na ocasião, foi informado que as obras começariam em janeiro deste ano. Ao
todo, o presídio deve custar R$ 31 milhões, mais da metade dos R$ 46 milhões
liberados pelo Ministério da Justiça para reestruturar o sistema prisional de
Roraima.
Veja a nota do governo na íntegra:
A Secretaria de Justiça e Cidadania informa que nesta madrugada (dia 6)
foram registradas 33 mortes na Pamc (Penitenciária Agrícola de Monte Cristo).
Esclarece
que a situação está sob controle e que o Bope (Batalhão de Operações Especiais)
da PMRR (Polícia Militar) está nas alas do referido presídio.
Fonte: G1.com
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