SOLAR
DOS ANTUNES
Ei-lo
magnífico, imponente e majestoso, encravado na Praça do Mercado de Ceará-Mirim,
abrigando a sede da Prefeitura Municipal Construído no auge do ciclo da
cana-de-açúcar, seu aspecto retrata um dos períodos mais prósperos da região,
quando predominavam os senhores de engenho, dirigindo os destinos do município.
No solar dos Antunes residiu, parte de sua infância e adolescência, a
sinhá-moça que toda Ceará-Mirim conheceu: dona Maria Madalena Antunes Pereira,
a qual no seu livro "Oiteiro”, edições Pongetti, teve oportunidade de
assim referenciá-lo: “O sobrado! templo que recolheu a velhice e os últimos
dias daqueles que me deram o ser. Como esquecê-lo?
De suas amplas janelas contemplei por muitos anos, o esmeraldino brilho dos canaviais e aspirei trazido pelo vento o aroma do fumo das chaminés distantes, círios brancos dispersos na toalha verde do vale, quais turíbulos espargindo por toda parte o incenso do trabalho.
O sobrado exaltado, anos depois, pelos lampejos mentais de Umberto Peregrino, que o frequentou muito jovem, assim como Galdino Lima, Marciano Freire, Olavo Montenegro, Raimundo Antunes, João Neto, Alberto Carrilho, Pedro Varela, Nilo Pereira, Aprígio Câmara, Letício de Queiroz e muitos outros, é, hoje, apenas querida mansão vazia e silenciosa sem as antigas reuniões brilhantes e familiares dos seus salões festivos.
Moças e rapazes de duas gerações casaram e envelheceram, dispersando-se o alado bando de pardais alegres, hoje saudosos e tristonhos...
O sobrado! Símbolo de uma modesta grandeza que passou".
Tive duas tias que por algum tempo ali residiram: Luiza e Anita Cavalcanti e, quando eu a visitava, subia por suas longas e pesadas sacadas, descortinando da ampla sala de jantar a enorme visão do vale rosa-verde que enfeita a silhueta da Casa Grande do Guaporé adormecida em seu silêncio centenário. Que cenário maravilhoso!
Houve uma época em que o "Solar dos Antunes”, por concessão de seus herdeiros, serviu para a realização de bailes carnavalescos, recebendo o nome de Sobrado Bahia.
Ali se apresentaram os famosos blocos compostos por jovens da melhor sociedade Ceará-mirinense que formaram os blocos das "Bahianas"
Dirigido por moças da família Gesteira e as "Havaianas”, comandadas por Cremilda Varela, que em verdadeiro duelo coreográfico desafiaram-se nos salões do velho solar.
Quem for a Ceará-Mirim não pode deixar de visitá-lo, pois é uma das maiores relíquias do período da aristocracia rural ainda existente.
De suas amplas janelas contemplei por muitos anos, o esmeraldino brilho dos canaviais e aspirei trazido pelo vento o aroma do fumo das chaminés distantes, círios brancos dispersos na toalha verde do vale, quais turíbulos espargindo por toda parte o incenso do trabalho.
O sobrado exaltado, anos depois, pelos lampejos mentais de Umberto Peregrino, que o frequentou muito jovem, assim como Galdino Lima, Marciano Freire, Olavo Montenegro, Raimundo Antunes, João Neto, Alberto Carrilho, Pedro Varela, Nilo Pereira, Aprígio Câmara, Letício de Queiroz e muitos outros, é, hoje, apenas querida mansão vazia e silenciosa sem as antigas reuniões brilhantes e familiares dos seus salões festivos.
Moças e rapazes de duas gerações casaram e envelheceram, dispersando-se o alado bando de pardais alegres, hoje saudosos e tristonhos...
O sobrado! Símbolo de uma modesta grandeza que passou".
Tive duas tias que por algum tempo ali residiram: Luiza e Anita Cavalcanti e, quando eu a visitava, subia por suas longas e pesadas sacadas, descortinando da ampla sala de jantar a enorme visão do vale rosa-verde que enfeita a silhueta da Casa Grande do Guaporé adormecida em seu silêncio centenário. Que cenário maravilhoso!
Houve uma época em que o "Solar dos Antunes”, por concessão de seus herdeiros, serviu para a realização de bailes carnavalescos, recebendo o nome de Sobrado Bahia.
Ali se apresentaram os famosos blocos compostos por jovens da melhor sociedade Ceará-mirinense que formaram os blocos das "Bahianas"
Dirigido por moças da família Gesteira e as "Havaianas”, comandadas por Cremilda Varela, que em verdadeiro duelo coreográfico desafiaram-se nos salões do velho solar.
Quem for a Ceará-Mirim não pode deixar de visitá-lo, pois é uma das maiores relíquias do período da aristocracia rural ainda existente.
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Artigo do Acadêmico JOSÉ DE ANCHIETA CAVALCANTI, já publicado pelo jornal
"O Galo" (periódico da fundação José Augusto) e pela Revista do
Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.
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